quinta-feira, 8 de março de 2012

Carolina Soares

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Canto na Areia traz músicas dos ritos tradicionais da cultura afro brasileira, como o samba de roda, ao lado de composições inéditas de mestres da Capoeira e uma regravação de “Meia Lua Inteira”, do Carlinhos Brown - sucesso na voz de Caetano Veloso. O CD surpreende pela qualidade de sua produção que se esmera nos mínimos detalhes, desde a preocupação em ser fiel aos toques do berimbau até manter a liberdade de interpretação da cantora, que lembra, com o seu canto, a cultura criada nas ruas e nos guetos, destacando-se a força de suas interpretações.

Carolina Soares foi criada na cidade paulista de Iguape, onde começou sua carreira artística, cantando em bares noturnos, com repertório que ia do blues ao Rock-Brasil de Cássia Eller. Em setembro de 1998, foi para São Paulo, onde passou também a conviver com o mundo da Capoeira: percorria as “rodas“ e os grandes eventos, conhecia os mestres e os capoeiristas. Era natural que, em contato diário com a capoeira, dela absorvesse o lado musical. Surgiu, então, o projeto para lançar o primeiro CD, Músicas de Capoeira – Vol I, com todas as faixas cantadas por uma mulher. Ela foi a escolhida e o sucesso, imediato. Em conseqüência, Carolina tomou algumas aulas de canto e, dois anos depois, gravou o segundo CD - Músicas de Capoeira – vol II, também sucesso absoluto de mercado, com ritmos de Benguela, São Bento Grande, Angola, Jogo de Dentro, faixa bônus de Hip-Hop Capoeira e Samba de Raiz, trazendo quatro composições de autoria da cantora. Em seguida foi lançado o terceiro CD: Carolina Soares – Pout-pourri de Capoeira, nas bancas de jornal de todo o país.

Destacando-se a cada ano no mercado fonográfico da Capoeira, Carolina incorporou o Samba em seu repertório, continuando fiel aos ritmos brasileiros. Em 2004, no Dia Nacional do Samba que aconteceu no Teatro Sérgio Cardoso (SP), Carolina Soares foi aplaudida pela velha Guarda do Samba Paulista, com seu trabalho reconhecido e aceito.
Há alguns anos, a cantora se apresenta semanalmente no Bar Brahma, uma das maiores vitrines do samba paulista.

Entrevista a Fábio Rayel

Como é a recepção dos homens sabendo que uma mulher está cantando a capoeira?
Sou sempre bem recebida, os homens a pricipio me olham com curiosidade e logo passam a admirar o meu potencial de voz na roda. Dessa forma consigo admiração e respeito de todos. Sempre pedindo licença e respeitando as tradições da capoeira antes de começar o meu canto.


Você esta quebrando uma tradição? Por que sempre a capoeira foi cantada por homens?
Talvez porque a visão das mulheres praticantes de capoeira sejam mais machistas do que a visão dos homens. E por isso elas não se aventuravam até então a soltar a voz nas rodas. Ainda existe o tabu, pois até hoje não há no mundo um CD de capoeira gravado por outra mulher, sou pioneira e imaginei que outras mulheres fariam como eu fiz, mais ainda não ocorreu.

O que te levou, por que e como foi que você foi parar no mundo da capoeira?
Em 1998 vim para São Paulo. A partir daí, passei a ter uma vivência com o mundo da Capoeira, através de uma revista de capoeira no qual eu era a relações públicas. Fui me aprofundando: percorria as “rodas“ e os grandes eventos, conhecia os mestres e os capoeiristas. Com essa convivência comecei a me questionar do porque não uma mulher cantando, resolvi então me dedicar à música da capoeira.

Quais são influências da Clara Nunes no seu trabalho?
Escutei Clara Nunes pela primeira vez, depois que tinha gravado o meu primeiro CD. Fiquei emocionada com a sua voz e interpretação e identifiquei o meu estilo com o trabalho dela. Desde então ela passou a ser uma referência de pesquisa para mim

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